Justiça paralisa obras de captação no rio Paraopeba, próximo a Brumadinho

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Uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou a paralisação de obras de captação de água no rio Paraopeba, 12 quilômetros acima de onde se rompeu a barragem da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro desse ano. Até agora são 254 vítimas identificadas e outras 16 continuam desaparecidas.
A obra vinha sendo feita pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), mas com recursos da mineradora Vale, responsável pela tragédia e como forma de compensação.
A mineradora confirmou a suspensão do trabalho, que já vinha com atraso de dois meses e era tocado com base numa liminar judicial, que acabou derrubada na última sexta-feira (15).
A decisão foi do desembargador Oliveira Firmo, do TJMG, atendendo ao pedido dos próprios donos de uma fazenda, que não entraram em acordo para a desapropriação da área usada na obra. Funcionários da Copasa entravam nas propriedades particulares para fazerem as intervenções.
Ao todo, a mineradora precisa negociar com 30 proprietários de terras por onde a tubulação, que vai levar água aos reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), vai passar. Os moradores não concordaram com os valores oferecidos pela desapropriação das áreas e ainda temem eventuais impactos causados nas propriedades.
Eles ainda temem os impactos da obra na propriedade, e também não sabem quanto tempo levariam para receberem as indenizações. Por isso, pediram a Justiça a paralisação da obra, que já estava sendo tocada com base em uma liminar. A Justiça tinha autorizado a entrada dos operários, mesmo contra a vontade dos proprietários.
Com a indefinição e com a expectativa de um verão com menos chuvas na RMBH, é possível que a capital sofra com racionamento de água no ano que vem.
Para minimizar possíveis problemas, no mês passado a mineradora assinou termo de compromisso com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para construir 50 poços artesianos na Região Norte de Belo Horizonte, além de reativar outros poços que haviam sido desativados pela Copasa.
Fonte:O TEMPO